sábado, 25 de junho de 2011

Duas virtudes e algumas considerações

Ninguém gosta muito de ser vigiado. Mas e quando o vigia é você mesmo?



Acho que uma das coisas mais difíceis de serem conquistadas na vida são a coerência e a constância. E digo conquistar, porque é como hábito: adquiri-se com o tempo; um tempo de atenção, reflexão, disciplina e, não raramente, de humildade.
Atenção e reflexão, pois a coerência e a constância são virtudes da análise. Se a vida passa batida por você, tudo se torna muito intuitivo e circunstancial. Porém, há coisas que precisam ser pesadas na balança, que variam de um caso para outro, que não estão certas apenas porque são praticadas pela maioria ou porque advêm de práticas consagradas pela tradição.
Para isso, acabamos nos tornando vigias de nós mesmos. É como Jesus disse: julgueis a vós mesmos, para não serdes julgados...
E por fim, vem a humildade. De forma prática, ser coerente implica manter atitudes que correspondam aos seus princípios (agora, nem vou entrar no mérito de quais seriam os corretos) a todo instante. Isso significa, por exemplo, se detestamos quando uma pessoa é grosseira conosco e somos impacientes quando alguém nos faz uma pergunta, estamos deixando de seguir essa virtude.
A conclusão a que eu chego é que dá trabalho viver assim. Mas é a forma digna.