Saindo do campo da beleza, a questão da neutralidade pode gerar uma série de bolinhas em semi-ebulição (?). Há vantagem em não se mostrar partidário em uma discussão, se revelando neutro, portanto, e juntamente com essa não-exposição tornar a vida como páginas vazias, sem expressão?
Colocado contra a parede, de pé no meio do fogo cruzado, humilhado ou exaltado. Estes não são estados equivalentes a uma postura neutra (quando o neutro, claro, é sinônimo de falta de tomada de partido; estado em que os princípios morais não estão bem definidos ou não são evidenciados em plenitude por algum motivo). “Assim, porque não é morno e nem é quente nem frio, estou a ponto de vomitar você da minha boca...” (Ap, 4:16) Forte, né? Lição pra mim.
------------
Discussão muitas vezes tida como preconceituosa, as controvérsias sobre “cultura alta” e “cultura baixa” existem, e como já deve ser óbvio, a minha posição não será a mais moderninha a ser apresentada, aqui. Ok. Eu não entendo muito sobre o assunto, por isso não vou palpitar demais. O que sei é que alguns hábitos e práticas que um dia foram hobby de pessoas com alto poder aquisitivo, depois de um tempo se tornaram populares. Outras eram consideradas popularescas, cafonas e aos poucos conquistaram todas as camadas e até “status de profissão”. Mas a pura exteriorização, incentivo e comercialização do desejo (tá, hoje, a questão da moral está em baixa, e as pessoas frequentemente confundem princípios com cafonice) deveriam ser tratados com tanta normalidade? “O insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu interior” (Pv, 18:2)