terça-feira, 19 de outubro de 2010

Twitter: a gente se vê por ali

Pensar não basta, é preciso compartilhar. E em massa. Essa foi a impressão que tive ontem, enquanto assistia à entrevista concedida pela ex-candidata à presidência da república, Marina Silva, ao Jô Soares. A propósito, o bate papo foi divertidíssimo, com direito a cantadas do Jô, “fora” sutil e meigo da Marina e menção ao sucesso de Zezé Di Camargo e Luciano: “No dia em que eu sai de casa”. Vale a pena procurar o vídeo na Internet.

Deu pra entender por que os meus dedinhos ficaram coçando pra twittar em tempo real? Não é todo dia que você vê Marina fazendo piadinhas; logo ela que assume, normalmente, uma postura séria. Mas não pense que estou julgando. Eu achei ótima a entrevista justamente pela possibilidade de o telespectador poder vislumbrar esse outro lado da acreana, que só reafirma a postura que canalizou a confiança de quase 20 milhões de brasileiros e respeito de tantos outros.

O problema é que com a minha conexão lenta do jeito que estava não deu pra fazer grandes coisas. Além disso, uma amiga, que dispõe de Internet banda larga, já estava se dando o trabalho de registrar tudo na web (e muito bem!). Mas se você pensa que eu desisti, está enganado. Com mais ou menos 12 horas de atraso, — metade de um dia, ou seja, o tempo de delay de um telejornal em relação aos portais online — eu twittei algumas considerações .

Depois desses mil comentários (bem que a professora da minha banca de graduação disse que me empolgava demais com o texto e abordava “trocentas” coisas ao mesmo tempo), quero chegar ao ponto central da minha inquietação: o fato de não ter twittado acerca da entrevista de ontem me fez sentir excluída do ambiente virtual e comunicativo em que estamos inseridos; no qual você é uma voz ativa e participante enquanto compartilha a conhecidos e desconhecidos suas preferências, opiniões e insatisfações.

Mesmo que seja para um pouco mais de 60 seguidores (elemento que contribuiu para que meu Twitter fosse avaliado em apenas $17,22, segundo o site www.twalue.com).

Por outro lado, a conversa tête-à-tête não deve ser relegada a um nível inferior de importância, uma vez que pela Internet a eficácia da comunicação é dificilmente mensurável (e muitas vezes escrevemos para manter status). Na verdade, o “olho no olho” ainda é cheio de mistérios, gestos interpretáveis, réplicas, tréplicas e singularidades incríveis que valem muito a pena.

Aliás, no meu caso, que jornalista esnobaria uma fonte exclusiva (e confiável) de informação? E isso nenhuma busca no Google pode oferecer.

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