terça-feira, 7 de outubro de 2008

Baby, when the lights go out...


Maricá, 2 de outubro de 2008. 18:46.

Para escrever esta crônica, uso a caneta mais comum do mundo e não uma pena, como se fazia à moda antiga. E para dar uma força na inspiração, acrescento: breu, luz de velas e fundo musical com o melhor da roça. É, gente da cidade, eu falo de grilos, sapos e cigarras.
Não vou dizer que ficar no meio do mato, sozinha e sem luz elétrica por mais de seis horas seja interessante. Não, normalmente. Mas hoje não é um dia normal (ou é? Em Maricá, né...).
Uma vela já se apagou. Tenho que ser breve.
Pois bem. O que eu quero dizer é: o que era para ser um estorvo, acabou se tornando uma experiência até consoladora, eu diria. A verdade é que no nosso dia-a-dia somos acometidos por diversas aflições a respeito de decisões a serem tomadas, atividades estressantes que precisamos cumprir ou situações onde somos “persuadidos” a abrir mão de uma vontade momentânea por conta de uma obrigação urgente (uma resenha da faculdade?).
Agora, a segunda vela apagou. Já vou pegar a lanterna. Quando você chegar ao final do texto não vá pensar que eu não gosto de tecnologia. É só lembrar da lanterna.
Continuando. Ah. E quando falta luz? Não dá para usar o computador, ouvir música no stereo ou assistir a um DVD. Mas, também, não é possível sermos atropelados pelos inúmeros compromissos das nossas agendas.
Neste momento, então, eu pude escrever para o blog; algo que eu queria fazer há um mês e não conseguia por falta de tempo. Bom, é tudo uma questão de organização (“ninguém planeja falhar, porém muitos falham porque não planejam”, by pastor Charles), mas têm horas em que precisamos de um milagre. Milagre pra ver que Deus sempre provê circunstâncias pelas quais relembramos como é bom fazer o que se gosta.
Será preciso um apagão para revivermos tempos nos quais cada minuto é precioso e merece ser bem vivido ?



O sapo coaxa. O grilo cricrila. E a cigarra canta.
Só por curiosidade.


19:14. E só restou uma vela.

5 comentários:

Gálbano disse...

Puxa! É verdade. As vezes é preciso um certo "apagão" na nossa vida pra percebermos oque realmente vale a pena. Uma boa conversa, uma boa risada, com pai, mãe e irmãos em volta de uma vela, relembrando fatos engraçados do passado, pode ser uma boa pedida. Mas que tal trocar a vela por uma lâmpada de 100W, e uma bela mesa com aquela comidinha da mamãe, substituindo assim a individualidade mórbida de "cada um pro seu quarto, pra sua bendita TV".

A vida é feita de pequenos momentos, assim como horas são feitas de pequenos segundos, milésimos, ou até mesmo o que chamam de "o átomo do tempo", que é o MOMENTO (unidade indivisível de tempo). Cada momento vale a pena. Cada minuto vivido deve ser intenso. Pra daqui a 30 anos, olhar pra trás e dizer: "Valeu a pena, viver..."

Gustavo Farias!

Muito bom Gil;)

Carol disse...

Isso me fez lembrar, como a minha última semana foi maravilhosa em termo de realização de tarefas. Deus tem me ensinado a ser disciplinada - a planejar, como você disse. Porém, nos últimos 2 dias eu perdi um bocado de tempo. E, o pior, é que a gente sabe que ele não volta.
Interessante, como Ele prepara momentos assim, em que a gente aparentemente não pode fazer nada, para nos ensinar como Ele é Senhor de tudo. Até do tempo.

beijão!

Elida Suzana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elida Suzana disse...

Somos seres esquisitos... nos apegamos facilmente ao que é apenas material...
Já fui muitas vezes acometida da pavorosa imaginação do dia mais atormentador da existência humana: o dia em que toda tecnologia parar!
Imagino algo tipo "Guerra dos Mundos", mas sem aqueles ETs retardados.
A energia simplesmente pára, nenhuma máquina mais funciona e - Ah!!! - a Internet deixa de existir.
De repente, nenhum computador mais no mundo funciona e todos os dados do Universo são automaticamente deletados de todos os sistemas.
Tá bom, exagerei, eu sei...
Mas ainda acho que haverá alguma coisa do tipo na grande tribulação.
Eu é que não vou ficar aqui para ver...

felipeClaudino disse...

Hehehe...é vdd Giu. Falta de luz faz mto a gente pensar na vida. Aqui em ksa falta d luz reúne família. É mto engraçado, a gente fica relembrando várias histórias.
Vc tem razão, é só ter uma "falha no sistema" q nos sentimos mais livres. Sorte tem vc q ainda pode escutar sapos, grilos e cigarras..hehehe

Bjão!