sábado, 27 de dezembro de 2008

Quem há de ir por nós?

Você seria um desbravador de caminhos?
Aquele que defende uma idéia absurda e inovadora pela qual ninguém arriscaria a pele?
Você lutaria contra as injustiças da estrutura social que nós mesmos construímos?
Qual seria o seu limite?


Teia de aranha

Em todos os lugares

Nos ares
Nos lares
Nas paredes
Nas redes.

Lá elas estão.
Pelo corrimão
No chão
Na mão.

Até em meio à ferrugem
de uma velha cerca
Até em meio ao lugar
que ninguém deseja.

Nenhum passarinho colocaria seu ninho
Nenhum homem colocaria sua sorte
Nem mesmo as plantas passariam por ela
Passarela.

É ela!
Que coragem!
Que ousadia!

Fazer o que ninguém fez
Ir aonde ninguém foi
Enfrentar o desconhecido,
Como desbravador.

Pois ninguém sabe de tudo
mas o Tudo sabe de nós
E quer nos usar para construir
além dos limites da vida,
além dos limites do pensamento
Um caminho de partida.

Oh, teia
desteia a teia
Oh, rola
desenrola o pano.

E verás

Verás que ela não está mais lá
Mas seu rastro ainda permanece
E por onde ninguém mais havia
Hoje, um pardal passeia.

(Giuliana Azevedo)

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