domingo, 9 de janeiro de 2011

Ser ou não ser: as angústias de uma recém-formada


Interessante como o ser humano precisa de ritos de passagem. O casamento, o batismo, as festas de formatura. Todas elas marcam fases da vida e mostram que dali por diante as prioridades, as linhas de discernimento e o nível de maturidade não serão mais os mesmos; que um momento da vida se foi, outro está por vir e com ele se desenrolarão novos desafios.


A formatura de curso superior tem bem esse gostinho. A beca e o capelo nos vestem de um ar de nostalgia e bravura. Um caminho incerto e maravilhoso está logo à frente, mas não sabemos bem como trilhá-lo. Não somos mais crianças; também não sabemos bem como é ser adultos.

Um exemplo prático é como velhos hábitos ainda insistem em nos assombrar: como recém-formados, a postura do estagiário, temente e extremamente submisso, ainda é uma casca para o profissional que está surgindo cheio de força por dentro — repleto de sonhos e desejos por inovação e reconhecimento.

Desejo que me chamem de profissional de comunicação e não mais estagiária. Mas isso se consegue só com o tempo; quando me verão como profissional, para além das nomenclaturas.

Enquanto isso, já carrego um peso nos ombros: o peso da vida adulta, das idas ao banco, do controle da poupança, das cinco horas no trânsito. Era mais fácil carregar aquela mochila pesada no ensino fundamental. Pena que eu não sabia disso.

Hoje, porém, a minha glória pode ser muito maior. Eu assumo a responsabilidade, eu sofro, eu perco, eu ganho. E sou uma cidadã do mundo. Mas do que isso, minha esperança viva é ser uma cidadã dos céus. Porque tudo aqui é para meu aprendizado e crescimento; para que os frutos sejam eternos.

No fim, eu tenho certeza que vou passar pela linha de chegada sã e salva.

“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós peso de glória, acima de toda comparação, não atentando não nas cousas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.” (2 Co, 4:17-18).

Um comentário:

Boticário de Artes disse...

Estou sentindo isso a pele também!