quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Terra chamando Ego

A autoestima, comumente associada a aspectos positivos entre a gama de sensações experimentadas pelos seres humanos, parece causar preocupação a um grupo de pesquisadores da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, segundo matéria publicada no início de janeiro, no blog da revista Época. (http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI200828-15257,00.html)

Calma, eu não vou fazer nenhum discurso esotérico ou cogitar a possibilidade de espalhar a minha bela voz por aí, cantando uma musiquinha bem desafinada crente que estou “causando”. O que me vem à cabeça é a possibilidade de casar algumas considerações que já vinha fazendo durante algum tempo com dados de uma pesquisa científica.

A pesquisa consistia em indagar universitários americanos a respeito do que eles mais “queriam” e “gostavam”. Para isso deveriam enumerar, em ordem decrescente (utilizando números de 1 a 5), atividades favoritas e desejos, como sair com os amigos, receber o salário, fazer sexo, ter autoestima etc. Surpreendentemente, o quesito autoestima alcançou o ranking das preferências.

Em outro momento, foi aplicada uma prova que aparentemente mediria a capacidade intelectual dos participantes. Para os insatisfeitos com o resultado, seria dada nova oportunidade para que aumentassem a pontuação final. Segundo a pesquisa, os que optaram por fazer outra prova apresentavam uma atitude típica dos que tinham senso de merecimento mais elevado, portanto, bastante autoestima. Ou seja, para obter sentimento de valorização, valia investir mais do tempo e das energias.

Quando li essa matéria, logo associei a questão da autoestima apresentada ao surto de celebridades que vemos hoje. Grande parte das pessoas desejam se tornar mega pop stars e ter milhares de pessoas aos seus pés, quando não reconhecidas em cada canto do mundo. Mas essa sede de sucesso as torna, muitas vezes, totalmente dependentes da opinião alheia. Por isso, os escândalos são tão frequentes entre as celebridades: não fomos criados para sermos bajulados, mas para nos doarmos e honrarmos uns aos outros.

Na verdade, a adoração ao ídolo pop leva o próprio ídolo à desgraça em virtude dos excessos que o cercam, que o impulsionam e que o fazem beirar a certa instabilidade emocional.

É claro que a autoestima é boa no que se refere ao impulso trazido por ela a nossa satisfação como seres produtores de ideias e projetos através do reconhecimento que recebemos pelos semelhantes. E esse reconhecimento tende a nos mostrar que estamos no caminho certo. Mas esse é o ponto.

Podemos não ter atingido o status de celebridade, no entanto, muitas vezes prezamos mais a ideia de ter as demais pessoas aos nossos pés, nos elogiando, do que fazendo a coisa certa. Um bom termômetro para medir nossa motivação é a análise de quanto nos enfurece a contrariedade de informações, a advertência e injustiça recebidas. Se ainda desejamos dar a volta por cima em nome da crença na justiça, na verdade e do ideal de uma vida íntegra e com propósitos estamos no caminho certo. Se não, é preciso refletir.

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